Por: Bruno Daniel Comentarista e Colunista

Atlético-GO voa pela América e disputa seu 13º Brasileirão – Por Paulo Winicius Maskote

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Confira a crônica de Paulo Maskote.

Publicado em: 29/04/2022 15:09

Acabou de ser lançado o Documentário “Don Escuro – o filósofo da Champs City”, de autoria do jornalista e atleticano Marcos Gomes. O filme é um passeio pela vida de um personagem da vida cultural goianiense. Escurinho, como era chamado, chegou no Bairro de Campinas em 1962 e, como músico e compositor, foi imortalizado pela música “Champs City Chicago, Chicago Campinas”, na qual dizia “A galera de Campinas tem uma velha transação, estudar no Pedro Gomes e torcer pelo Dragão”. Don Escuro nos deixou em 2005, mas sua música e paixão pelo Dragão continuam mais atuais que nunca, com uma pequena correção, agora o Dragão encanta não só os campineiros, mas também e cada vez mais, todo território goiano, brasileiro e até latino-americano.

O ano de 2022 mal começou e o Dragão já foi campeão goiano em plena casa do rival verde – aquela casa de luxo ali no Setor Bueno/Serrinha – foi um 3 a 1 de dar gosto, transmitido pela TV para todo povo desse Estado.

Não tem jeito, quando junta o Estádio Antônio Accioly, a força do Bairro de Campinas e a torcida lotando a arquibancada… ninguém nos impede de alcançar nossos objetivos, a camisa é pesada e tradicional. A torcida do Dragão, que passou por tantas dificuldades nesses 85 anos de existência, nunca se furtou em ser o 12º jogador, como vimos no final do ano de 2021, em que o torcedor rubro negro lotou ali a nossa Casa Popular, o Accioly, nos jogos contra Juventude, Bahia e Flamengo e empurrou o time para garantir a pontuação que buscávamos na Série A. Foi nossa melhor colocação em Campeonatos Brasileiros de Pontos Corridos, ficamos em  9º lugar, à frente de gigantes como Santos, São Paulo, Internacional e Grêmio. Méritos dessa Torcida, da Diretoria, dos Jogadores e toda Comissão Técnica. E as façanhas não pararam por aí… em 2021, entre Goiás, Vila e Atlético, tivemos a maior média de público do ano.

E nesse clima veio o Goianão 2022… a locomotiva rubro negra acelerou na hora certa, quando a coisa engrenou, vimos Edson, Dudu, Jorginho, Marlon Freitas, Baralhas, Rato e Shaylon mostrarem o peso da camisa do 1º Campeão Goiano, do clube mais antigo dessa capital. O pessoal da Vila Nova que estava empolgado com duas vitórias sobre o Dragão na 1ª fase – coisa rara de se ver, né, diga-se de passagem – viu que, na semifinal, o buraco era mais embaixo. O Dragão massacrou e ganhou no jogo de ida no Accioly e não sentiu pressão nenhuma no jogo de volta no estádio do Vila, garantiu empate e classificação. Daí, na final foi aquele passeio, o Goiás chorando arbitragem no primeiro jogo (justo quem reclamando, né…) e tomaram um vareio no jogo de volta no dia 02 de abril de 2022. Isso aí, o Dragão comemorou seu aniversário de 85 anos com o Título ali no Salão de Festas da Serrinha, ops, digo, Arena da Serrinha. O primeiro título em uma disputa de final daquele estádio ficará sempre marcado que foi conquistado pelo Dragão. A torcida do Goiás tem lembranças de perder finais pro Dragão, hein. No Serra, no Olímpico, na Serrinha…

E como alegria de atleticano não anda tendo nem descanso, três dias depois da conquista estadual o Atlético estreou na Copa Sul-americana contra a equipe da LDU do Equador, que tem currículo de já ter sido campeã de Libertadores e Sulamericana. O Dragão nem tomou conhecimento disso, fez logo foi 4 a 0 e marcou os primeiros gols em um jogo com torcida em um Estádio privado/próprio em Goiás. Eita, rubro negro goiano que é pioneiro em tudo desde 1937.

E, pra finalizar, na semana do seu aniversário de 85 anos, o Atlético jogou contra o clube mais popular do país,  o Flamengo. E onde? Bem ali no seu reduto histórico, na Campininha das Flores! Será que Edson Hermano, que era dirigente e goleiro na ocasião do primeiro jogo oficial no Accioly (à época chamado de Campo da 24 de outubro), no ano de 1938, imaginava um dia o Dragão recebendo o famoso rubro negro carioca ali?

E já que estamos falando de História, cabe registrar alguns campeonatos emblemáticos para o Dragão ainda nos anos 60. Esse embate contra o Flamengo dos astros Diego, Pedro, Gabigol, David Luiz e Arrascaeta em 2022 foi a estreia do Atlético em seu 13º Brasileirão, o primeiro foi lá em 1965, com um time campineiro que tinha Jair Porrete, Adalberto, Laerte e o grande técnico Zeca. Ficou na 10ª colocação, o campeão dessa edição de 57 anos atrás foi o Santos de Coutinho, Pelé e Pepe.

Já em 1968, enquanto alguns rivais goianos dormiam um sono profundo em termos de títulos e campanhas relevantes, o Dragão já conquistava um 6º lugar em sua segunda participação na elite do futebol nacional. À época, a Locomotiva rubro negra contava com Toninho Índio, Edno, Jair Silvério, Dida e o técnico Zuíno. Nosso esquadrão só foi eliminado para o Cruzeiro dos craques campeões com a Seleção Brasileira: Piazza, Raul, Tostão e Dirceu Lopes. O campeão dessa edição foi o Botafogo de Jairzinho, Gerson, Paulo Cesar Caju e do técnico Zagallo. Memórias de um clube pioneiro em façanhas nacionais.

E esse é o nosso Dragão, que ainda disputou os Campeonatos Nacionais da elite nos anos de 1979, 1980, 1986, 1987… e retornou com tudo para as edições de 2010, 2011, 2012, 2017, 2020, 2021 e agora 2022.

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E nesse clima de comemoração de aniversário, de título, voltamos ao nosso cantor e compositor Escurinho da Campininha, que dizia em sua música: “Campinas tem dois tipos de gente, ou doido ou bobo, lá não tem meio termo. All Right?”. Eu pergunto: pensa como que tá o torcedor com o atual momento do clube?. Doido de amor e bobo de paixão a cada jogo e a cada degrau que o Dragão vem subindo. Voa Dragão!! 1º Clube do Povo! Tradição que não acaba mais!!!

** O artigo foi escrito ppr Paulo Winicius “Maskote” – Diretor de Patrimônio Histórico e Cultural do Atlético Goianiense, Historiador, Professor do IFG, Doutorando em História pela USP, Sócio Proprietário do Atlético.



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